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Uma mãe atípica pode estar cansada, mas o amor que carrega é maior que qualquer diagnóstico. Que ela também seja cuidada. |
Você já se sentiu mais prisioneira do que mãe? Já se olhou no espelho e não encontrou vestígios daquela mulher que um dia sonhava em mudar o mundo?
Para muitas mães de filhos neurodivergentes, o Dia das Mães não é sobre flores, café na cama ou homenagens. É sobre sobrevivência.
É sobre lutar todos os dias para garantir o melhor para o filho, e, muitas vezes, esquecer que também existe uma mulher ali, que também precisa de cuidado.
Essa mãe atípica, sem rede de apoio, existe. Ela está em silêncio nos corredores da escola, nas filas de espera dos atendimentos, nas madrugadas sem sono.
E ela precisa ser reconhecida. Precisa ser ouvida. E valorizada.
Ser mãe de uma criança neurodivergente deveria vir com uma rede, com acolhimento e com políticas públicas de apoio. Mas na prática, muitas vivem o oposto.
Ao invés de apoio, recebem julgamentos: “Ela que quis ter filho”, “Deve estar exagerando”, “É falta de limite”.
Essa mãe perde o trabalho, perde os amigos, perde a autonomia, e muitas vezes, perde até a própria identidade.
Mas não perde o amor. Nunca.
Na internet, não faltam comentários dizendo que “essas siglas todas são invenção”, que “antigamente ninguém tinha isso”.
O que essas pessoas não entendem é que o diagnóstico não é uma sentença, é um caminho. Um passo para entender, acolher e adaptar.
Mas mesmo com laudo, tratamento e dedicação, a criança ainda é tratada como um fardo.
E essa mãe, como exagerada.
Até quando?
Essa mãe faz tudo pelo filho. Pesquisa, estuda, vai em reuniões, busca recursos, adapta a rotina inteira.
Mas quando ela pergunta: “E eu?”, o mundo responde com silêncio.
Ela não tem tempo de estudar, de sonhar, de cuidar da saúde mental.
E quando se queixa, é chamada de ingrata.
Mas ela não quer luxo. Quer respeito. Um pouco de descanso. Um espaço seguro. Um braço estendido.
Neste Dia das Mães, vamos além das flores e mensagens prontas.
Vamos reconhecer quem cuida sem rede, sem aplausos e sem descanso.
Vamos ouvir o grito que não é gritado, porque até isso ela segurou por amor.
Mães atípicas não são super-heroínas. São humanas. São guerreiras. São dignas de cuidado.
Que elas sejam vistas, ouvidas, valorizadas.
Porque quando elas caem, ninguém segura.
E quando elas se levantam, carregam o mundo, mesmo em pedaços.
Você conhece alguma mãe atípica? Compartilhe esse texto com ela.
E se você é uma delas, saiba: "você não está sozinha".
Aqui, sua luta é reconhecida, e sua voz importa.
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